Dados do Trabalho
Título
PROJETO PILOTO DE UM AMBULATORIO DE DIVERSIDADE SEXUAL E DE GENERO PARA ATENÇAO SECUNDARIA EM GINECOLOGIA/MASTOLOGIA
Introdução
As pessoas transexuais representam 2% da população brasileira, o equivalente a 4 milhões de pessoas, uma pequena proporção que acaba refletindo em uma menor visibilidade social até dentro da comunidade LGBTQIA+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, Queer, Intersexo, Assexual e mais outras). Neste cenário, o acesso à saúde é atravessado por diversos obstáculos, principalmente a discriminação e falta de preparo dos profissionais, que estigmatizam e vulnerabilizam ainda mais essa população
Justificativa
A pouca visibilidade e carência de conhecimento a respeito das questões de saúde de pessoas transexuais, travestis e não binárias nos instiga ao desafio de conhecer mais sobre suas vulnerabilidades quando experimentam recursos tecnológicos para produzir uma leitura social adequada da expressão de gênero mais próxima à desejada. As iniquidades de acesso à saúde fazem com que parte desta população ainda utilize recursos inadequados como a auto prescrição de hormônios, entre outros, com o objetivo de atingir a modificação corporal. O Ministério da Saúde vem aprimorando diretrizes para o desenvolvimento de ações para o processo transexualizador no SUS.(Port n. 2.803/2013) com o objetivo de ampliar o acesso e assegurar um cuidado integral à saúde destas pessoas. Neste sentido, a hormonização assistida apresenta-se como um recurso para pessoas a partir dos 18 anos e após acompanhamento multidisciplinar por no mínimo 2 anos.
Objetivo
O presente estudo tem como objetivo geral elaborar e implementar um ambulatório de diversidade sexual e de gênero em uma instituição com atendimento clínico e cirúrgico ginecológico para atender pessoas transexuais, garantindo acolher algumas demandas instituídas pelo Processo Transexualizador determinado pelo Ministério da Saúde desde 2008. Esse estudo pretendeu ainda: a) Verificar as atuais demandas da cidade do Rio de Janeiro e tentar supri-las de acordo com a estrutura disponível; b) Estabelecer um fluxo de atendimento para a população transexual, principalmente os que já estão em acompanhamento na atenção primária ou em outras áreas e estão em busca de procedimentos de modificações corporais; c) Capacitar todos os funcionários da instituição para evitar e combater a transfobia institucional; d) Elaborar e validar protocolos operacionais para aperfeiçoamento do atendimento médico com foco nas áreas de orientação sexual e reprodutiva, manejo de queixas sexuais e ginecológicas, seguimento do rastreamento de câncer de colo do útero e de mama e procedimentos cirúrgicos para modificações corporais.
Métodos
Inicialmente receberemos pacientes de instituições parceiras que já prestam assistência e acompanhamento desses pacientes, principalmente os que possuem interesse em realizar procedimentos cirúrgicos. Pretendemos assim atender cinco pacientes por mês encaminhados de outros serviços para avaliarmos as queixas ginecológicas, com estrutura disponível para realizar histerectomia com anexectomia bilateral e mastectomia masculinizadora, com acompanhamento pré e pós cirúrgico.
Resultados
Fluxograma de atendimento
Conclusão
Sendo assim, esse projeto espera suprir as demandas de atendimento à população transexual na cidade do Rio de Janeiro e servir de modelo para outras instituições.
Área
Mastologia
Instituições
IFF - FIOCRUZ - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
VIVIANE FERREIRA - MATTOS ESTEVES, MOTTA SILVA DAVI