Dados do Trabalho

Título

O USO DO INSTRUMENTO SPADI (SHOULDER PAIN AND DISABILITY INDEX) PARA AVALIAÇAO FUNÇAO DO MEMBRO SUPERIOR EM PACIENTES SUBMETIDAS A CIRURGIA ONCOLOGICA MAMARIA.

Trabalho aprovado na Plataforma Brasil? Inserir número do CAAE.

Sim. CAAE 28003220.2.0000.0071

Introdução

O câncer de mama é a principal neoplasia maligna e o segundo tumor mais letal que acomete a mulher. No Brasil, o Instituto Nacional de Controle do Câncer (Inca) estima que em 2023, 73.610 mulheres tenham o diagnóstico de câncer de mama. Após a realização de cirurgia mamária para remoção de tumor, diferentes complicações funcionais podem acontecer na paciente como por exemplo a limitação da amplitude de movimento (ADM) do ombro, síndrome da rede axilar dor, alteração sensorial por conta da  lesão de nervos motor e/ou sensitivo, fraqueza muscular e linfedema. Uma avaliação direcionada é fundamental para identificação de tais complicações, bem como adoção de medidas para tratamento de tais morbidades.  O Shoulder Pain and Disability Index (SPADI) é um questionário de qualidade de vida desenvolvido para avaliar a dor e a incapacidade associadas às disfunções de ombro, este instrumento possui vários estudos de utilização na prática clínica e de pesquisa, possuindo tradução e validação na população brasileira. Acredita-se se tratar de ferramenta confiável para avaliação da qualidade de vida de pacientes com diferentes disfunções de ombro.

Justificativa

Em nosso meio ambiente no quais aspectos financeiros e sociais podem impactar diretamente a maior parcela de nossos pacientes, o olhar direcionado para preservação de função e atividade por parte das pacientes torna-se imperativo. O uso de ferramentas de fácil aplicação pode potencializar a identificação de oportunidades visando melhoria na qualidade de vida das mesmas.

Objetivo

avaliar o desfecho de incapacidade e dor no membro superior em pacientes submetidas a cirurgia oncológica da mama, através do emprego do questionário SPADI

Métodos

Estudo tipo coorte retrospectiva de pacientes com diagnóstico de câncer de mama submetidos à cirurgia mamária no período de agosto de 2016 a dezembro de 2022 que passaram ao menos 1 consulta no Ambulatório de reabilitação oncológica do Hospital Municipal da Vila Santa Catarina Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho onde o questionário SPADI foi aplicado na primeira e última consulta. Utilizando a escala de avaliação numérica de 0 a 10 para cada um dos domínios, distribuídos em 8 itens do domínio de incapacidade e 5 itens do domínio de dor. A pontuação do questionário, bem como de cada domínio, é convertida em percentagem, sendo maior pontuação indicando pior função do ombro.  O termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) foi assinado durante a consulta clínica; por tratar-se de estudo retrospectivo, com parte das pacientes já tendo recebido alta, se mudado ou evoluindo a óbito, consideramos a possibilidade de não obter anuência da totalidade dos participantes. Os dados obtidos foram armazenados na plataforma REDCap, específica para esta finalidade. O acesso aos dados foi restrito aos investigadores, buscando minimizar a perda de confidencialidade dos mesmos. Foram empregadas ferramentas de segurança para mascarar os identificadores dos participantes.

Resultados

A amostra foi de 680 pacientes. A média de pontuação total do questionário SPADI inicial foi de 37,93 já a média do valor SPADI final foi de 5,76. Aplicação do questionário foi realizado no momento da avaliação pós-operatória da paciente sem nenhuma outra intervenção da fisioterapia antes deste momento, a aplicação do questionário foi realizada novamente após avaliação fisioterapêutica, orientação educativa quanto a autocuidado e retomada de atividades laborais do membro superior bem como a aplicação de exercícios e técnicas fisioterapêuticas para ganho de força e melhora da amplitude movimento.

Conclusão

Com os resultados obtidos observamos que atuação da fisioterapia dentro de sua magnitude da atenção primaria, terciaria, devolve a paciente melhora física, funcional e a segurança para que consiga executar o posicionamento adequado durante a realização da radioterapia quando este tratamento adjuvante é proposto, além disso devolve a paciente a capacidade de execução de suas AVD´S (atividades de vida diária) retomando a sua inserção na sociedade.