Congresso Brasileiro de Mastologia

Dados do Trabalho


Título

51 RETALHOS MICROCIRURGICOS CONSECUTIVOS EM RECONSTRUÇAO DE MAMA

Introdução

A reconstrução microcirúrgica é considerada o padrão ouro em reconstrução mamária com tecido autólogo. Além do retalho da perfurante da epigástrica profunda (DIEP), outras alternativas tem surgido, como o retalho da perfurante para a lateral da coxa (LTP) e o retalho da artéria femoral profunda (PAP), entre outros.

Justificativa

Embora a reconstrução com implantes seja uma boa escolha para muitas pacientes, a utilização de tecido autólogo é frequentemente necessária ou considerada a melhor opção para a paciente. As vantagens da reconstrução com tecido autólogo são numerosas. Da perspectiva da paciente, oferece resultados naturais e estáveis a longo prazo. Estudos recentes têm apresentado resultados significativamente superiores em relação ao índice de satisfação, bem-estar psicossocial e sexual na reconstrução com tecido autólogo em comparação com a reconstrução com aloplásticos.

Objetivo

Analisar os resultados de 51 retalhos microcirúrgicos consecutivos em reconstrução de mama realizados por um cirurgião e determinar se os retalhos microcirúrgicos são opções seguras e confiáveis para reconstrução mamária.

Métodos

Estudo retrospectivo de 51 retalhos microcirúrgicos consecutivos para reconstrução de mama imediata ou tardia em 39 pacientes. Planejamento pré-operatório, dados peri-operatórios, características dos pacientes e resultados pós-operatórios foram analisados.

Resultados

Na tabela 1, encontram-se as características dos pacientes e os resultados das análises. 51 retalhos microcirúrgicos forma realizados em sequência no período entre 05 de outubro de 2020 e 17 de maio de 2022 para reconstruir 39 pacientes. 44 retalhos DIEP, sendo 10 destes conjoined (dois retalhos com pedículos independentes, mas unidos na linha média), 4 retalhos SIEA, 2 retalhos LTP e 1 retalho PAP. 26 pacientes foram submetidos à reconstrução tardia unilateral, 3 pacientes à reconstrução tardia bilateral, 6 pacientes à reconstrução imediata unilateral, 3 pacientes à reconstrução imediata bilateral, e uma paciente foi submetida à reconstrução imediata unilateral e tardia unilateral em momentos separados, totalizando 40 cirurgias no estudo. Angiotomografia pré-operatória foi realizada em todos os pacientes (n = 39). 4 retalhos precisaram de revisão no centro cirúrgico na mesma internação por apresentarem sinais de congestão venosa (7,84 %). Perda parcial significativa ocorreu em 2 retalhos (3,92 %), sendo 1 por insuficiência venosa e 1 por infecção. Perda total ocorreu em um retalho (1,96 %). 3 pacientes receberam alta no primeiro dia de pós-operatório (7,69 %), 30 no segundo dia (76,92 %), 5 no terceiro dia (12,82 %), e 2 no quarto dia (5,13 %). O número de pacientes é 39 mas o número de altas é 40 porque uma paciente foi submetida à duas cirurgias separadas com retalho, sendo uma alta no segundo dia e outra no terceiro dia de pós-operatório. 1 paciente apresentou hérnia abdominal (2,56 %), 2 apresentaram infecção no local da reconstrução (5,12 %), 4 apresentaram deiscência da ferida abdominal (10,26 %), e 1 apresentou tromboembolismo pulmonar (2,56 %), com boa evolução. Em reconstruções unilaterais, a média de tempo cirúrgico foi de 8 horas e 8 minutos (± 1 hora e 23 minutos). Em reconstruções bilaterais, a média foi de 11 horas e 28 minutos (± 1 hora e 15 minutos). Coaptação nervosa entre o nervo que inerva o retalho e o nervo intercostal da região torácica foi realizada em 2 casos.

Conclusão

Os retalhos microcirúrgicos são opções seguras e confiáveis para reconstrução mamária. Os resultados foram comparáveis aos de outros estudos.

Área

Mastologia

Instituições

IBCC Oncologia - São Paulo - Brasil

Autores

WASHINGTON LIMA, MILTON LIMA FERNANDES NETO