Dados do Trabalho
Título
RETALHO MIOCUTANEO DO GRANDE DORSAL NA RECONSTRUÇAO MAMARIA
Trabalho aprovado na Plataforma Brasil? Inserir número do CAAE.
45093521.3.0000.5437
Introdução
Introdução: O retalho miocutaneo do musculo grande dorsal (RM-GD) é uma opção segura para a reconstrução mamária após a mastectomia, com baixo índice de complicações cirúrgicas, permitindo bons resultados a longo prazo.
Justificativa
Apesar dos avanços na cirurgia conservadora da mama, a mastectomia ainda faz parte do tratamento oncológico da mama, principalmente diante de carcinoma localmente avançado. Conhecer as formas de reconstrução mamária, bem como as complicações, podem auxiliar no aumento da taxa de reconstrução mamária no país.
Objetivo
Avaliar as indicações e os resultados do RM-GD na reconstrução mamária imediata e tardia, bem como as complicações associadas.
Métodos
Estudo retrospectivo realizado no período de 2010 a 2020 de pacientes atendidas em Hospital Oncológico, submetidas a mastectomia e reconstrução mamária com o uso do RM-GD. Aprovado pelo Comitê de Ética sob o número CAAE 45093521.3.0000.5437. Foram avaliadas as características das pacientes, indicações, complicações cirúrgicas, resultados a longo prazo, recorrência e sobrevida.
Resultados
Neste período 184 pacientes foram submetidas a reconstrução com o RM-GD. Os principais tipos histológicos coram o carcinoma ductal invasivo (82.1%) e o carcinoma ductal in situ (11.4%). Das pacientes submetidas a quimioterapia neoadjuvante, a maioria teve resposta parcial ou doença estável, justificando a mastectomia. A reconstrução foi imediata em 28.8% das pacientes, principalmente em pacientes com tumores iniciais. Das pacientes com reconstrução tardia (71.2%), o tempo médio entre o término da radioterapia e a reconstrução foi de 41,1 meses, sendo a maioria das pacientes tratadas de câncer de mama localmente avançado. O volume da prótese médio foi de 325ml (110-615ml). Cerca de 30.1% foram submetidas a simetrização contralateral. A taxa global de complicação foi 38.6%, sendo as principais o seroma no dorso, seroma anterior, necrose do retalho e hematoma. Das pacientes com necrose (22.8%), a resolução foi rápida, com debridamento e ressutura (14.4%) ou com resolução espontânea (8.2%). Infecção do sítio cirúrgico e deiscência com exposição da prótese ocorreram em 8.7% e 3.8% das pacientes, respectivamente. O tempo médio de seguimento após a reconstrução foi de 68.8 meses (5.4 a 130 meses). A taxa de recidiva em plastão foi baixa (1.1%). Ao final do estudo 8.2% foram a óbito por progressão de doença e 3.3% por doença associada.
Conclusão
O RM-GD é um retalho versátil, seguro, de fácil execução, representando uma boa opção na reconstrução pós-mastectomia. Apresenta considerável taxa de complicação cirúrgica, porém de fácil resolução, permitindo segurança oncológica a longo prazo.
Área
Mastologia
Instituições
Hospital de Câncer de Barretos - São Paulo - Brasil
Autores
LUCIANO IPOLITO BRANQUINHO, WESLEY JUSTINO MAGNABOSCO, RENE ALOISIO DA COSTA VIEIRA, RAPHAEL LUIZ HAIKEL, IDAM DE OLIVEIRA-JUNIOR