Dados do Trabalho

Título

EPIDEMIOLOGIA DO CANCER DE MAMA EM HOSPITAL ONCOLOGICO DO INTERIOR DE MINAS GERAIS

Trabalho aprovado na Plataforma Brasil? Inserir número do CAAE.

Por ser banco de dados público, e não se avaliar indivíduos, não se fez necessária avaliação por Comitê de Ética em Pesquisa.

Introdução

O perfil epidemiológico de um Registro Hospitalar de Câncer, evidencia as características do Sistema de Saúde da sua região de abrangência, características populacionais e variações temporais, sendo também ferramenta útil para comparar serviços e regiões, sendo o câncer de mama, um bom modelo para avaliação.

Justificativa

Faz-se necessário conhecer o perfil epidemiológico das pacientes portadoras de neoplasia mamária do interior de Minas Gerais

Objetivo

Avaliar as características das pacientes portadoras de câncer de mama atendidas em Hospital Oncológico terciário no interior de Minas Gerais. 

Métodos

Apresentamos os dados epidemiológicos relacionados ao câncer de mama no Hospital de Câncer de Muriaé, hospital exclusivamente oncológico, referência do câncer na região da Zona na Mata, Minas Gerais, o qual drena para atendimento oncológico, via o Sistema Público de Saúde, 200 cidades e uma população de 3.102.919 milhões de habitantes. Os dados foram avaliados a partir do banco de dados do Registro Hospitalar de Câncer, coletados no período de 2010 a 2022. Avaliou-se as características clinicas, relacionadas ao estadiamento, e variações temporais. Estatísticas descritivas foram realizadas. Ética. Por ser banco de dados público, e não se avaliar indivíduos, não se fez necessária avaliação por Comitê de Ética em Pesquisa. 

Resultados

Foram avaliadas 4.573 pacientes eram portadoras de neoplasia mamaria, representando 12.8% das pacientes atendidas no Hospital. Observou-se um crescente no número de pacientes atendidas/ano. O atendimento foi primordialmente público (80.5%), de pacientes provenientes de Minas Gerais (94.3%), sendo que a maioria se encontrava sem diagnóstico e sem tratamento (71.8%), ou sem tratamento (45.7%). A maioria das pacientes apresentavam baixa escolaridade (62.8% até o 1o Grau) e casadas (5.2%). As pacientes geralmente eram pardas (47.7%), na faixa etária 40-69 anos (70.2%) e nascidas em Minas Gerais (81.1%). Atenção deve ser observada na faixa etária 70-74 anos, por haver controvérsias frente ao rastreamento nesta faixa etária, mas por representarem 7.4% dos tumores. O principal tipo histológico foi o carcinoma ductal (80.1%), seguido do carcinoma lobular (7.9%).  O carcinoma in situ estava presente em 6.0% das pacientes, sendo que apenas 33.9% apresentavam estádio clínico precoce (EC0 + I). Avaliando-se apenas os casos inicialmente tratados no Hospital, 5.4% apresentavam EC 0, e 25,8% estádio precoce. Observou-se ao longo dos anos uma manutenção da faixa etária ao diagnóstico; e frente ao estádio clínico, uma pequena elevação nas pacientes com estádio clínico IV, nos anos de Pandemia.

Conclusão

Os números refletem a limitada infraestrutura do Sistema de Saúde frente ao diagnóstico e rastreamento mamográfico, junto ao SUS, visto limitada taxa de pacientes apresentando tumores com estádio precoce. O rastreamento mamográfico deve ser aprimorado na faixa etária 70-74, devido sua alta prevalência.