Dados do Trabalho

Título

DESCALONAMENTO CIRURGICO DO CANCER DE MAMA: AVALIAÇAO DO CONTEUDO AXILAR APOS TERAPIA NEOADJUVANTE

Trabalho aprovado na Plataforma Brasil? Inserir número do CAAE.

44852021.0.0000.5293

Introdução

Os tratamentos multimodais para o câncer de mama têm se destacado nos últimos anos, dentre eles a terapia sistêmica neoadjuvante tem sido indicada para diversos tipos e estágios de tumor. Entretanto a avalição da resposta a este tratamento necessita de critérios precisos tanto para programação cirúrgica, quanto para a proposta de terapias adjuvantes.

Justificativa

Estimar as características tumorais capazes de prever o prognóstico de doença axilar nas pacientes tratadas com câncer de mama.

Objetivo

Avaliamos o conteúdo axilar das paciente submetidas a terapia sistêmica neoadjuvante no nosso serviço, com doença residual na axila, a fim de propor fatores prognósticos capazes de sugerir aquelas que poderiam ser poupadas da linfadenectomia axilar completa sem prejuízo oncológico. 

Métodos

Realizado um estudo retrospectivo transversal, analisando os casos de câncer de mama do serviço oncológico de cirurgia de mama da Liga Contra o Câncer em Natal/RN Brasil, tratados no período de Janeiro de 2019 a Dezembro de 2021. A pesquisa foi revisada e aprovada pelo Comitê de Ética da Liga Contra o Câncer através da Plataforma Brasil (CAAE - 44852021.0.0000.5293).

Resultados

O presente estudo contemplou 102 pacientes, sendo predominante o diagnóstico de carcinoma do tipo não especial (91,2%), e subtipo Luminal B (43%), as quais foram submetidas a quimioterapia neoadjuvante com esquema individualizado, 95% destas tratadas com Adriamicina, Ciclofosfamida e Taxol. Após o tratamento inicial proposto, foram avaliadas para tratamento cirúrgico, sendo prevalente o tratamento conservador de mama em 77,4% e as mastectomia em 22,5% das pacientes. Na avaliação dos linfonodos sentinelas, observamos 5,8% das pacientes com células tumorais isoladas, e outras 14,7% com micrometástases. No conteúdo axilar (linfonodos não sentinelas) tivemos 43% das pacientes sem nenhuma doença metastática adicional, e 37% com no máximo 3 linfonodos comprometidos. Nas análises bivariadas destacamos um menor risco relativo nas pacientes que tiveram, resposta patológica completa na mama, no mínimo 3 linfonodos sentinelas ressecados, sem extravasamento extracapsular e sem invasão angiolinfática.

Conclusão

Identificamos que pacientes submetidas a quimioterapia neoadjuvante, seguida da BLS com no mínimo de 3 linfonodos sentinelas ressecados, apresentando baixa carga tumoral, sem extravasamento extracapsular e sem invasão angiolinfática tem baixas chances de comprometimento de outros linfonodos não sentinelas e provavelmente poderiam ser poupadas da LAC. Porém, ensaios clínicos e prospectivos que nos assegurem esta omissão da LAC ainda são escassos.