Dados do Trabalho
Título
RECONSTRUÇAO IMEDIATA COM IMPLANTE PRE-PEITORAL VERSUS SUBMUSCULAR POS MASTECTOMIA POUPADORA DE PELE E MAMILO: EXPERIÊNCIA DE UM CENTRO PUBLICO DE TRATAMENTO ONCOLÓGICO.
Trabalho aprovado na Plataforma Brasil? Inserir número do CAAE.
69155623.9.0000.8907
Introdução
A mastectomia pode impactar negativamente a vida da paciente, logo, reconstruir imediatamente a mama, além de repor o volume perdido, reduz o impacto negativo do tratamento cirúrgico oncológico das mamas. A evolução constante das técnicas de reconstrução tem permitido melhores resultados, menores taxas de complicações e/ou de morbidades associadas.
Justificativa
A reconstrução pós mastectomia com emprego de implante de silicone pré-peitoral sem uso de matriz dérmica tem sido uma alternativa de custo aceitável, especialmente no cenário do SUS, porém os dados na população brasileira ainda são escassos.
Objetivo
Identificar e comparar as características clínicas e epidemiológicas das pacientes submetidas à reconstrução pré-peitoral sem uso de matriz dérmica versus retropeitoral, bem como comprar as taxas de extrusão de implante e identificar seus fatores associados.
Métodos
Realizou-se um estudo observacional analítico tipo coorte retrospectiva, a partir da revisão de prontuários de pacientes submetidas a reconstrução mamaria imediata com implante, atendidas pelo Serviço de Mastologia do Hospital do Câncer Aldenora Bello, com pacientes assistidas exclusivamente pelo sistema único de saúde, nos anos de 2021 e 2022, descrevendo as características comuns relativas tanto em relação as técnicas cirúrgicas as quais elas foram submetidas e relacionando-as ao perfil clínico epidemiológico.
Resultados
Um total de 66 reconstruções mamárias pós mastectomia foram realizadas em 61 pacientes. Elas possuíam mediana de idade de 48 anos semelhante entre os dois grupos do estudo. A mediana de tempo para follow up foi de 430 dias (284 – 521). Dentre todos os procedimentos, 61 (92,4) mastectomias foram terapêuticas e apenas 5 (7,6) foram profiláticas. Registramos 8 (12%) extrusões de implante, com maior frequência no grupo pré-peitoral. Mulheres incluídas no grupo de reconstruções subpeitorais tiveram IMC, peso da mama, tamanho da prótese utilizada e maior tempo cirúrgico maiores em relação ao outro grupo. Fatores de risco reconhecidos na literatura para extrusão como idade avançada, IMC elevado, tabagismo, radioterapia e quimioterapia não demonstraram relevância nesta análise. Em análise univariada, 50 % das extrusões ocorreram em pacientes estagio III (p=0,029). Nas que se submeteram a linfadenectomia axilar ocorreram 5 extrusões (63%) com p=0,01. Pelo modelo de regressão logística, identificamos razão de risco aumentada entre pacientes com maior grau de comprometimento axilar OR: 19; IC: 1,6 – 447 e valor de p=0,021.
Conclusão
Nesta análise tivemos taxa de extrusão geral semelhante à de outras publicações. A análise populacional por subgrupos demonstrou diferença apenas em variáveis relacionadas ao perfil de indicação para cada técnica. Nas submetidas a reconstrução pré-peitoral tivemos maior taxa de eventos, no entanto sem diferença estatística significante. A análise multivariada, fatores previamente listados como relevantes para este risco não demonstraram significância. No entanto, identificamos relação que sugere aumento de risco em pacientes com maiores volumes tumorais. Tal fato sugere a necessidade de incluir tal análise em estudos futuros com amostras maiores.
Área
Mastologia
Instituições
HOSPITAL DO CÂNCER ALDENORA BELO - Maranhão - Brasil
Autores
PEDRO LIMA COSTA, JOSÉ PEREIRA GUARÁ, GLAUCIA MESQUITA CORDEIRO, RAQUEL ARANHA VIEGAS, YARA CAROLINA MONTES DE SENA ROSA